O contexto social atual tem se modificado, as relações que estabelecemos hoje são rápidas, as informações são veiculadas apressadamente e trazem o caráter da certeza, do julgamento e de algum modo, nos dá a falsa percepção de que conhecemos sobre tudo.

As relações familiares também são afetadas por esse contexto e o tempo para ouvir, a compreensão sobre as necessidades de cada membro familiar, a prática da cooperação, a consciência sobre a maternidade e paternidade passam necessariamente pelo aligeiramento das relações, que se perdem na impaciência, nas tarefas diárias, na sobreposição dessas mesmas tarefas, na incompreensão, na falta de profundidade e nas imagens e textos das redes sociais.

A crença que se baseia na ideia de que quando nasce uma criança também nasce uma mãe e um pai, de fato não se estabelece como realidade, e, portanto, ainda se tem a ilusão de que não há necessidade de aprender sobre o desempenho desses papeis em nossa sociedade, e, portanto, há uma grande expectativa de que mães e pais já deveriam vir prontos da maternidade. Tal crença encobre a possibilidade de pais e mães aproveitarem a oportunidade real de se desenvolverem como seres humanos, a partir da perspectiva de uma parentalidade consciente.

E é a partir dessa perspectiva de quebra de certezas, de suspensão, ainda que temporariamente, de algumas crenças sobre a relação entre os adultos e as crianças que o curso “Meu filho e eu, eu e meu filho” se justifica.  

Quando se tem como missão o bem estar e o desenvolvimento integral da criança, compreende-se que é necessário cuidar de quem cuida e pensar em estratégias para que essas pessoas possam se ver de modo ampliado.

Ao observar ainda, que é na relação que se estabelecem os vínculos e que é partir deles que as famílias são capazes de assumir com responsabilidade seu papel fundamental: educar conscientemente filhos saudáveis e dispostos a assumir com amor e respeito o mundo, é que se justifica a educação para mães e pais, entrelaçando adultos e crianças de maneira sistêmica.